Todo ano, em 21 de abril, é comemorado o dia de Tiradentes, herói da Inconfidência Mineira. Disso todo mundo sabe, já que a data virou feriado e garante um dia de folga em todo o Brasil. O que muitos brasileiros nem desconfiam é que, além de ter defendido a independência do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier também tem um papel importante por trás da bandeira de Minas Gerais.
Apesar das brincadeiras de que o triângulo vermelho é uma fatia de queijo com goiabada em cima, historiadores apontam que cada elemento foi bem pensado para refletir os ideais da Inconfidência. E um deles teria sido sugerido pelo próprio Tiradentes.
Abaixo, entenda a história da bandeira de Minas Gerais e relembre o que foi a Inconfidência Mineira!
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A história da bandeira
A atual bandeira do estado de Minas Gerais é composta por um triângulo vermelho sobre fundo branco. O triângulo é contornado por uma frase escrita em latim, “Libertas quae sera tamen”, cuja tradução é “Liberdade ainda que tardia”.
Esse é reconhecido como um lema da Inconfidência Mineira, que reivindicava a independência do Brasil devido aos altos impostos cobrados por Portugal sobre o ouro extraído no estado.
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Embora os registros sobre a idealização e confecção da bandeira sejam controversos, a maior parte deles aponta Tiradentes e Alvarenga Peixoto como os principais nomes por trás dos símbolos. No artigo “Promessa ou Conquista? Virgílio e a bandeira de Minas Gerais”, publicado pelos historiadores da USP (Universidade de São Paulo) Alexandre Pinheiro Hasegawa e Joaci Pereira Furtado, são resgatados trechos de depoimentos da época que denunciavam a autoria destes dois inconfidentes.
A ideia da frase seria do poeta Alvarenga Peixoto, que teria se inspirado em um verso de um outro poeta, o romano Virgílio. Já o triângulo teria sido proposto por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, em referência à Santíssima Trindade – três lados e três pontas do triângulo. Para o mártir da Inconfidência, “a figura geométrica deveria tremular no estandarte da nova pátria do mesmo modo que as cinco chagas de Cristo estavam estilizadas na bandeira portuguesa de então”, afirmam os pesquisadores da USP.
A cor vermelha, afirma a historiadora Aline Pereira em entrevista à TV Senado, seria uma referência às revoluções.
Tiradentes era um militar no posto de Alferes, cargo mais baixo do exército, e também atuou como dentista, por isso o apelido. Ele e outros inconfidentes foram presos e passaram por um julgamento que durou três anos pela tentativa de revolta. Tiradentes é o único que acabou enforcado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro.
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A bandeira de Minas Gerais foi instituída pela lei 2.793, de 8 de janeiro de 1963, sancionada pelo então governador José de Magalhães Pinto.
+ “Romanceiro da Inconfidência”: análise da obra de Cecília Meireles
A Inconfidência Mineira
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma revolta organizada pela elite de Minas Gerais contra o domínio colonial português em 1789.
Idealizada nos padrões iluministas e influenciada pela Revolução Americana, acabou nunca saindo do papel. Joaquim Silvério dos Reis, um dos inconfidentes, denunciou todo o plano a fim de obter perdão de suas dívidas com a Coroa Portuguesa.
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Historiadores divergem se Tiradentes realmente foi o principal líder da Inconfidência Mineira – ou mesmo se a revolta teve peso na luta pela independência – mas isso não o impediu de entrar para a História.
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