Os sistemas avançados de segurança ativa, identificados pela sigla ADAS, estão cada vez mais populares nos carros novos. Isso deveria ajudar a reduzir os valores dos seguros, mas está ocorrendo um efeito contrário.
Segundo estudos feitos no Reino Unido, a frenagem autônoma de emergência reduziu em 25% na frequência que o seguro é acionado. Apear disso, os custos do seguro cresceram em 60%.
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O motivo disso está na tecnologia que evita os acidentes. Segundo o portal Auto News, os sensores, radares e câmeras dos sistemas ADAS encarecem os reparos em casos de acidentes.
Um sensor desalinhado em apenas 1° pode resultar em erros de leitura. Por isso, a oficina que realiza o reparo precisa ser especializada e, consequentemente, possui mão de obra mais cara.
Essas oficinas precisam ter equipamentos caros para realizar a calibragem correta dos sistemas ADAS nos carros. Alguns deles podem custar até US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,57 milhões em conversão direta).
O chefe do setor comercial de uma oficina especializada comentou que está ficando muito caro consertar um carro moderno. Outro problema é que muitos motoristas desativam os sistemas ADAS em seus carros, obrigando as seguradoras a consertar equipamentos que nem são usados.
O fenômeno na cotação do seguro não exclusividade do ADAS. Aqui no Brasil, antes da obrigatoriedade do airbag, o fato de o carro ser equipado com as bolsas de ar era o suficiente para elevar o custo da apólice. A justificativa era o preço elevado do equipamento de segurança.
Este fator gerou um movimento de rechaça do airbag. “Antes de 2014, muitos carros ofereciam o airbag como item opcional e muitos clientes preferiam investir num faról de nebilina, roda de liga do que gastar no airbag, pois sabia que o seguro seria mais caro”, explica um executivo com mais de 30 anos indústria.
Outras modernidades ajudam, mas encarecem o seguro
Os carros evoluíram muito em segurança e tecnologia nos últimos 15 anos. Hoje, os carros compactos possuem recursos que antes existiam apenas nos modelos de luxo.
Algumas delas encarecem a manutenção, como os sistemas ADAS. Faróis de LED são um exemplo: eles custam mais caro e muitos precisam ser trocados por completo quando queimam, não é possível trocar as lâmpadas como em um halógeno.
Alguns carros possuem câmeras nos retrovisores para a visão de 360º, que podem sair caros em acidentes simples de trânsito. Tudo isso ajudou a encarecer os custos de manutenção e o seguro.