Imagine se preparar durante meses para fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e na hora de escrever a redação cometer erros bobos justamente na conclusão do texto? Isso pode vir desde uma confusão sobre o papel de cada instituição do governo até a falta de conexão com a frase-tema.
A Cartilha de Redação do Enem 2024, elaborada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, lista 6 erros na Competência V – que avalia a proposta de intervenção – nos quais o candidato precisa ficar de olho. Eles podem fazer uma diferença fundamental na nota, determinando quem entra na universidade e de quem fica de fora.
Confira!
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1. Não apresentar proposta de intervenção
Um dos erros mais graves na conclusão da redação do Enem é simplesmente não apresentar uma proposta de intervenção.
De acordo com a cartilha, essa parte do texto é essencial para demonstrar o preparo do candidato em exercitar a cidadania e sugerir soluções para o problema abordado. Logo, quando ela não é apresentada, a nota da Competência V é zero.
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2. Proposta fora do tema
A proposta de intervenção deve estar relacionada ao tema proposto pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Isso significa que ela precisa dialogar diretamente com o problema apresentado e com os argumentos desenvolvidos ao longo do texto.
Uma proposta genérica ou que trate de outro assunto, ainda que bem estruturada, será considerada desconectada do tema central, o que compromete sua validade e prejudica a avaliação do texto.
Logo, fugir do tema equivale a zerar a Competência V.
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3. Proposta não relacionada ao restante do texto
Outro erro comum é apresentar uma proposta que não se relaciona com o restante do desenvolvimento da redação. A conclusão precisa ter coerência com o texto apresentado anteriormente pelo candidato e com os argumentos utilizados por ele.
Caso contrário, a proposta parece deslocada ou artificial, indicando que o estudante não organizou adequadamente suas ideias nem construiu uma linha de raciocínio consistente até a conclusão. Com isso, ele pode perder de 120 a 160 pontos.
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4. Falta de concretude e especificidade
Propostas vagas ou genéricas, como “melhorar a educação” ou “fazer campanhas de conscientização”, sem explicar como seriam feitas ou por quem, perdem força argumentativa. Aqui, o candidato também precisa ficar atento a quem ele está fazendo a atribuição, para mostrar conhecimento sobre o funcionamento do Estado brasileiro.
Não dá para atribuir, por exemplo, a criação de uma lei a um ministério. Isso é papel do Poder Legislativo, que é composto por vereadores, deputados estaduais e federais, e senadores. Na conclusão da redação, é necessário demostrar planejamento e capacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da formação escolar na construção de uma solução viável para o problema apresentado no tema.
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5. Ausência de elementos estruturais obrigatórios
Para que a proposta de intervenção seja considerada muito bem elaborada, a cartilha recomenda incluir cinco elementos essenciais:
O que será feito (ação);
Quem fará (agente);
Como será feito (meio de execução);
Com qual objetivo (finalidade);
E algum outro dado real que sirva de detalhamento, demonstrando que o candidato possui repertório sociocultural.
A omissão de qualquer um desses elementos compromete a completude da proposta e, consequentemente, a nota da Competência V, já que o avaliador poderá considerar o texto como incompleto ou mal estruturado. Desta forma, o candidato pode ser avaliado em apenas 120 pontos, do total de 200.
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6. Propostas que desrespeitam os direitos humanos
Por fim, o respeito aos direitos humanos é um critério inegociável na conclusão da redação.
De acordo com a cartilha, ações consideradas contrárias aos direitos humanos são defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”, incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, opinião política, condição física, origem geográfica ou socioeconômica, e a explicitação de qualquer forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos).
Além disso, existem algumas ideias e ações contrárias aos direitos humanos que estão mais diretamente relacionadas ao tema. Em 2023, quando a frase-tema foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, negar o direito ao trabalho à mulher era considerado uma proposta contrária aos direitos humanos.
Desrespeitar essa regra equivale a tirar nota zero na Competência V.
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Exemplos nota mil
Abaixo, confira exemplos de conclusões em redações nota mil no Enem 2023, cujo o tema foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
Amanda Teixeira Zampiris
“Faz-se necessário, portanto, que meios sejam criados para intervir nesse óbice. Logo, o Governo Federal — órgão responsável pela administração federal em todo território nacional — deve estabelecer políticas públicas que garantam a remuneração e a valorização do trabalho de cuidado, por meio da utilização de verbas governamentais para o pagamento de salários. Tal ação deve ser realizada com a finalidade de mitigar a invisibilidade dos afazeres domésticos realizados pela mulher na sociedade brasileira e, consequentemente, combater as raízes históricas presentes nessa questão. Dessarte, o Brasil poderá se tornar um “País do Futuro”, como defendido por Stefan Zweig.”
Lucas Malta de Carvalho
“Portanto, é necessário promover ações concretas, as quais alterem o quadro de invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela população feminina. Logo, cabe às emissoras de TV, as quais são grandes formadoras de opinião da sociedade, realizar campanhas sobre a importância de lutar contra o machismo, por meio de anúncios publicitários, a fim de desconstruir ideias de subjugação presentes no Brasil contemporâneo. Além disso, o Governo Federal deve fiscalizar as relações de trabalho para garantir a remuneração feminina.”
Gabriela Larissa de Souza Gurgel
“Portanto, fazem-se urgentes medidas de enfrentamento aos impasses da temática supracitada. Assim, o Ministério do Trabalho e Emprego deve realizar um registro das principais áreas com presença do trabalho de cuidado. Tal iniciativa será efetivada por intermédio de profissionais do IBGE, os quais, em parceria com o Poder Executivo, irão às residências onde as mulheres exercem suas atividades e organizarão um auxílio financeiro para ajudá-las a garantir suas dignidades enquanto cidadãs. Isso poderá proporcionar melhores perspectivas de vida para o público feminino, de maneira a fragilizar o machismo e ampliar a igualdade.”
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