Desde dezembro de 2023, Belém, no Pará, está confirmada como sede da COP30, a Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas). A escolha foi celebrada, já que a cidade localiza-se no coração do bioma amazônico, “essencial para conter o aquecimento global”, como destacou a ministra Marina Silva no anúncio. Mas, de lá para cá, a empolgação arrefeceu por motivos mais práticos e menos simbólicos.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou nesta sexta-feira (1) que alguns países chegaram a pedir a mudança da sede do evento, marcado para novembro. O principal incômodo são os preços das hospedagens, que dispararam em razão do evento. A preocupação da ONU é que os países mais pobres deixem até mesmo de comparecer à COP30 por este motivo. Horas depois, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, confirmou que o evento está mantido em Belém e afirmou que o governo resolverá o impasse com o setor hoteleiro.
Além das hospedagens, também há questionamentos sobre a infraestrutura da cidade de forma geral e seu preparo para receber um evento deste porte.
Afinal, quem escolhe a sede das COPs?
Desde 1995, centenas de países de todo o mundo reúnem-se anualmente para discutir e conter os efeitos da crise climática – é a Conferência do Clima da ONU. Para facilitar a organização destas nações, a distribuição dos assentos e outras questões práticas, a ONU divide os Estados-membros em grupos regionais.
São eles:
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Estados Africanos;
Estados da Ásia-Pacífico;
Estados da Europa Oriental
Estados da América Latina e do Caribe
Estados da Europa Ocidental e outros
Há, então, uma rotatividade entre estes grupos para escolher qual será o país sede e presidente da COP a cada ano. Foi na COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, que o Brasil foi oficializado para presidiar o evento em 2025. Poucos meses depois, o presidente Lula divulgou formalmente que o evento seria em Belém.
“Eu já participei de COP no Egito, em Paris, em Copenhague e o pessoal só fala da Amazônia, só fala da Amazônia. E eu dizia assim: ‘por que, então, não fazer a COP em um estado da Amazônia para vocês conhecerem o que é a Amazônia? Verem o que são os rios da Amazônia, as florestas da Amazônia, a fauna da Amazônia’”, disse o presidente na ocasião.
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A escolha de realizar o evento na Amazônia buscava, entre outros pontos, refletir o compromisso do governo Lula com a preservação ambiental – uma bandeira de sua campanha que, inclusive, tem sido colocada em cheque com a PL da devastação e a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.
Trocando em miúdos, a indicação da cidade paraense foi feita pelo próprio governo brasileiro, e apoiada com unanimidade pelos países da América Latina e Caribe, grupo regional do qual o Brasil faz parte. Por fim, contou com a anuência da ONU.
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