Em julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros exportados ao país, que passou a valer na última quarta-feira (6). Embora a motivação, mais tarde, tenha se mostrado sobretudo política, Trump afirmou como argumento inicial que os EUA estariam em desvantagem em relação ao comércio com o Brasil. Ou seja, estariam em déficit. Mas será que isso é verdade?
+ Tarifaço do Trump: quais são os outros parceiros comerciais do Brasil?
O que é superávit? E déficit?
Para entender essa discussão, é importante conhecer dois conceitos básicos do comércio exterior: superávit e déficit.
Superávit comercial acontece quando um país exporta mais do que importa. Isso significa que ele vende mais produtos para outros países do que compra, acumulando um saldo positivo na balança comercial.
Déficit comercial é o oposto: ocorre quando o país importa mais do que exporta, ou seja, compra mais do que vende, registrando um saldo negativo.
Esses dois resultados são medidos pela balança comercial, que calcula a diferença entre exportações e importações em determinado período.
Por exemplo, se o Brasil exporta R$ 100 bilhões e importa R$ 80 bilhões, ele registra um superávit de R$ 20 bilhões. Se for o contrário, o país apresenta um déficit.
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+ Por que o Brasil é chamado de ‘celeiro do mundo’? Veja os produtos mais exportados
Trump distorceu os dados?
Em carta enviada ao presidente Lula, Trump alegou que as relações comerciais com o Brasil geram “déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos”.
Porém, nos últimos 16 anos, as vendas americanas para o Brasil superaram as importações em US$ 88,61 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
Só no primeiro semestre de 2025, o Brasil vendeu US$ 20 bilhões para lá e comprou quase US$ 21,7 bilhões em produtos americanos – o que resultou em um saldo negativo de US$ 1,6 bilhão para o lado de cá.
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Em julho deste ano, em meio às discussões sobre o tarifaço, o Brasil registrou déficit de US$ 559 milhões no comércio com Estados Unidos.
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Consequências diplomáticas e comerciais
A tarifa imposta pelos EUA abarcou diversos produtos brasileiros, embora cerca de 700 itens tenham sido isentos, como aeronaves, café e minério de ferro. Ainda assim, a medida foi vista como uma escalada nas tensões comerciais.
O governo brasileiro reagiu acionando a Organização Mundial do Comércio (OMC) e afirmou que poderá aplicar tarifas de reciprocidade, ou seja, vai impor medidas contra produtos norte-americanos como resposta.
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O que isso tem a ver com o vestibular?
Essa crise oferece um bom exemplo de como conceitos econômicos aparecem em contextos políticos e diplomáticos. Para quem está se preparando para o vestibular, vale destacar:
Déficit e superávit são conteúdos recorrentes em provas de Geografia e Atualidades;
A balança comercial, de forma mais ampla, é um tema importante em questões de economia internacional;
Saber interpretar dados e discursos políticos a partir de informações oficiais é uma habilidade bem útil para exames como o Enem.
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