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Grupo B: conheça a categoria mortal da FIA

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Grupo B: conheça a categoria mortal da FIA

O automobilismo é feito de engenharia, precisão e uma dose generosa de insanidade. Quando paramos para pensar sobre a lógica de sentar ao volante para dirigir o mais rápido possível, chegamos a conclusão que é um tanto ilógico. Mas o mundo não feito apenas de razão, a essência do esporte a motor  é o desafio ao rivais (e muitas vezes às leis da física). Entre as mais variadas categorias, uma é especialmente bizarra: o Grupo B da FIA.

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O Grupo B da FIA foi criado em 1982 para substituir o antigo Grupo 4. A ideia era estimular a inovação técnica com regras flexíveis de homologação: apenas 200 unidades precisavam ser produzidas para que um carro pudesse competir, número muito inferior aos milhares exigidos antes. Essa abertura resultou em veículos extremamente potentes, leves e radicais, que redefiniram os limites da engenharia automotiva. O auge do Grupo B durou pouco: entre 1982 e 1986. Após acidentes fatais e a escalada de potência e risco, a FIA extinguiu a categoria em 1987.

Audi Quattro / Sport Quattro S1

O Audi Quattro levou a tração integral para o WRC e o auge da evolução do esportivo foi o S1, com direito a entre-eixos encurtado e motor de 600 cv (Foto: Audi | Divulgação)
  • Ficha técnica (S1 E2, 1985): Motor 2.1 cinco cilindros turbo, até 600 cv, tração integral permanente. Peso aproximado: 1.090 kg.
  • Modificações em relação ao Audi Quattro de rua: encurtamento da distância entre-eixos, carroceria em compósito leve, turbocompressor de grande pressão, aerodinâmica extrema com asas e defletores.
  • Feitos: primeiro carro com tração integral a vencer no WRC, mudou a lógica da categoria. Venceu 23 provas do Mundial.

Lancia 037

O Lancia 037 foi o último carro de tração traseira a ser campeão do WRC e também passou por mudanças para correr o Grupo B
  • Ficha técnica (1982): Motor 2.0 quatro cilindros sobrealimentado por compressor, 280–320 cv, tração traseira. Peso: cerca de 960 kg.
  • Modificações em relação ao Beta Montecarlo de rua: chassi tubular, carroceria de kevlar e fibra de vidro, motor central.
  • Feitos: campeão mundial de 1983, foi o último carro de tração traseira a conquistar um título no WRC.

Peugeot 205 T16

Entre as modificações do 205 T16 estava o reposicionamento do motor para atrás do banco do piloto, além de uma abertura imensa para acessar o bloco (Foto: Peugeot | Divulgação)
  • Ficha técnica (1984): Motor 1.8 turbo, cerca de 450–500 cv, tração integral. Peso: 960 kg.
  • Modificações em relação ao 205 de rua: praticamente nenhuma semelhança além da carroceria, já que usava motor central, chassi tubular e suspensão de competição.
  • Feitos: campeão do WRC em 1985 e 1986.

Lancia Delta S4

Lancia Delta S4 foi a aposta da marca com tração integral, tração traseira e chassi tubular (Foto: Creative Commons | Wikipedia)
  • Ficha técnica (1985): Motor 1.8 turbo + compressor mecânico (sistema twincharged), 480–550 cv, tração integral. Peso: 890 kg.
  • Modificações em relação ao Delta de rua: apenas o design lembrava o hatchback; estrutura tubular e soluções inéditas de sobrealimentação.
  • Feitos: venceu logo na estreia, no RAC Rally de 1985.

Ford RS200

O Ford RS200 copiou a mesma receita de seus rivais, com motor central traseiro turbo e tração integral, mas chegou tarde demais (Foto: Creative Commons | Wikipedia)
  • Ficha técnica (1986): Motor 1.8 turbo Cosworth, 450–500 cv, tração integral. Peso: 1.050 kg.
  • Modificações em relação ao carro de produção: desenvolvido do zero para homologação, motor central, chassi avançado e carroceria de compósitos.
  • Feitos: poucas vitórias oficiais no WRC, mas competitivo em etapas isoladas e mais tarde em rallycross.

MG Metro 6R4

O pacato Austin Metro passou por uma metamorfose aerodinâmica e mecânica para voar baixo no Grupo B da FIA (Foto: Bonham’s | Divulgação)
  • Ficha técnica (1985): Motor 3.0 V6 aspirado, 380–410 cv, tração integral. Peso: 1.050 kg.
  • Modificações: chassi tubular, motor central, carroceria inspirada no pequeno Austin Metro.
  • Feitos: resultados modestos no WRC, mas sucesso em campeonatos nacionais e rallycross.

Citroën BX 4TC

O Citroën BX tinha seu brio, mas a versão do Grupo B era algo fora do normal (Foto: Creative Commons | Wikipedia)
  • Ficha técnica (1986): Motor 2.1 turbo, 380 cv, tração integral. Peso: cerca de 1.150 kg.
  • Modificações: suspensão hidropneumática adaptada para rali, carroceria pesada em relação aos rivais.
  • Feitos: desempenho fraco, considerado um dos fracassos do Grupo B.

Curiosidades do Grupo B

  1. Velocidade absurda Alguns carros, como o Lancia Delta S4 e o Audi Sport Quattro S1, ultrapassavam 200 km/h em trechos sinuosos de rali, algo inimaginável para os padrões da época.
  2. Produção mínima A FIA exigia apenas 200 unidades para homologação. Para comparação, carros de Grupo A precisavam de 5.000 unidades, o que permitia que muitos carros de Grupo B fossem praticamente protótipos de pista.
  3. Radicalização nos materiais O uso de fibra de vidro, kevlar e compósitos era comum, reduzindo o peso e aumentando a rigidez. Alguns carros pesavam menos de 900 kg, mesmo com motores de mais de 500 cv.
  4. Tração integral revolucionária O Audi Quattro mostrou que a tração integral poderia ser competitiva no rali, mudando para sempre o conceito de carros de rally.
  5. Protótipos futuristas Projetos abortados, como o Ferrari 288 GTO Evoluzione e o Porsche 959, anteciparam tecnologias que só chegariam aos carros de rua alguns anos depois, como turbo avançado e tração integral sofisticada.
  6. Curiosidades de pilotos Pilotos como Walter Röhrl, Henri Toivonen e Stig Blomqvist precisavam de reflexos sobre-humanos para controlar os carros, que aceleravam e freavam de forma brutal, muitas vezes sem assistência eletrônica.
  7. Fim trágico Acidentes em 1986, como os de Toivonen e Sergio Cresto, levaram à extinção do Grupo B. Apesar do curto período, ele se tornou a era mais icônica e lendária do rally mundial.

O Grupo B poderia ser considerado com um laboratório a céu aberto, ou mesmo no meio do mato. Afinal, seus carros era levados ao limite em terrenos de baixa aderência, com toda sorte de obstáculos. Mas serviu para impulsionar o desenvolvimento de carros lendários, assim outros que não chegaram a tempo de a FIA abolir a categoria, como a Ferrari 288 GTO e o Porsche 959. Mas isso é história para outro dia.

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