Marcela Sayumi Alves Kuriyama, de apenas 17 anos, encara as responsabilidades típicas do fim do Ensino Médio com tranquilidade – e colecionando medalhas. Além de participar de Olimpíadas do Conhecimento, aprendeu coreano sozinha e conseguiu um certificado de proficiência em inglês quando ainda estava no Ensino Fundamental.
Este ano, vai disputar uma vaga em Relações Internacionais na USP (Universidade de São Paulo) e na Unesp (Universidade Estadual Paulista), de olho no sonho de se tornar diplomata e contribuir para um mundo em meio a conflitos. Mais do que uma carreira, ela e os pais compartilham o desejo de incentivar a excelência humana, valorizar o conhecimento e fortalecer a cultura científica.
Abaixo, conheça a história completa da estudante!
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Medalhista do conhecimento
Marcela acumula mais de 40 medalhas em sete anos de competições acadêmicas, participando de olimpíadas de áreas como Linguística, Biologia, Robótica, Ciências Astronômicas e Matemática.
A primeira conquista veio ainda no 5º ano do Ensino Fundamental e, desde então, as vitórias se tornaram constantes.
Em 2025, já garantiu ouro em duas: na Canguru de Matemática e na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Além disso, conquistou a medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB).
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Ainda este ano, participará da segunda fase da Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU) e da Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG).
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Para Marcela, as olimpíadas são mais do que uma vitrine de resultados, elas também funcionam como treino para lidar com a ansiedade.
“Costumo dominar bem, quando vem [a ansiedade]. Os concursos são de longa duração, provas de cinco horas. Já algumas olimpíadas de grupo chegam a levar uma semana. Se na primeira hora não encontramos a solução por estarmos mais agitados, espero passar e depois isso fica sob controle, e nos acostumamos”, revela.
Mesmo no último ano do Ensino Médio, com foco no vestibular, ela segue participando de competições, sempre escolhendo pelo nível de desafio ou se agregará ao currículo como um todo.
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A jovem destaca que, hoje, existem olimpíadas de todas as áreas, em diversos formatos. Outro benefício deste tipo de competição é que “sempre faz cada participante se superar e ampliar seus conhecimentos e a visão que se tem do mundo”.
Isso sem mencionar as bolsas de pesquisa em iniciação científica, novas amizades com jovens de diferentes escolas e a chance de seguir se desafiando, como qualquer atleta, músico ou artista em busca de alta performance.
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Rotina equilibrada
Tanto nas olimpíadas, quanto nos vestibulares, a maior parte dos resultados de Marcela foi consequência natural da própria rotina escolar, exigindo aprofundamento apenas em alguns temas ainda não trabalhados em sala de aula.
O equilíbrio veio de uma rotina saudável, com prática regular de atividades físicas, alimentação equilibrada e leitura frequente de livros não didáticos, muitos deles indicados por professores de Língua Portuguesa, História, Sociologia e Filosofia.
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A rotina de estudos da aluna do último ano do Ensino Médio inclui aulas das 7h15 às 13h. Depois, frequenta aulas complementares que são preparatórias para o vestibular no turno da tarde e mais, pelo menos, duas horas de estudo extras no dia em casa. Também encaixa a prática de pilates duas vezes na semana.
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Sucesso no vestibular
Marcela nunca direcionou os estudos de maneira exclusiva para os vestibulares, mas sempre revisita os conteúdos para consolidar o aprendizado.
Como treineira, já ficou no top 10 de três vestibulares concorridos, tudo isso em 2024:
1º lugar na Unicamp;
2º lugar na USP na área de Humanas;
8º lugar na UNESP, no ranking geral.
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Sua redação na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) foi selecionada para compor uma publicação anual como uma das melhores de 2025. Abaixo, leia o texto na íntegra:
“Caros deputados e deputadas,
O coletivo “Mulheres no Poder” expressa sua insatisfação quanto à invisibilidade feminina presente na política e, por meio deste texto, pretende apresentar um projeto de lei cujo objetivo é combater a marginalização desse grupo. Recentemente, nos deparamos com um conjunto de leis promulgadas, as quais prejudicam nós, mulheres, a exemplo do PL 1904/24, que equipara o aborto a um homicídio, podendo condenar uma menina vítima de estupro a uma pena superior à de seu agressor. Senhores e senhoras, como esta, quantas outras propostas igualmente machistas e naturalizadoras do patriarcalismo são vigentes em nosso país? Constatamos que tamanha injustiça deve-se à composição parlamentar majoritariamente masculina e, por isso, defende-se a aprovação de um PL que garanta igualdade de gênero no Congresso Nacional.
Há tempos que a sociedade brasileira sente os impactos negativos de um grupo político formado por poucas mulheres. Basta analisarmos os dados do levantamento “Elas no Congresso”, de autoria da revista AzMina, o qual provou que três em cada quatro projetos maléficos às mulheres e aprovados no Congresso são conduzidos por homens. Tal constatação não é, no entanto, nenhuma surpresa, uma vez que a falta de representatividade feminina, expressa no número de cadeiras ocupadas por nós na Câmara – menos de um quinto do total –, impede que expressemos e debatamos nossas chagas, angústias, necessidades e interesses, permitindo que homens – sem nenhum lugar de fala para nos defender – criem projetos de lei como o mencionado anteriormente, mantendo e legitimando, por exemplo, o assédio, a violência doméstica e as cotas de inclusão irrisórias, as quais obrigam os partidos a reservarem 30% das candidaturas para as mulheres, porém, na prática, essas vagas são preenchidas pelas “candidatas laranjas” em vez de nomes efetivos.
Assim, é em razão dessa desigualdade que propomos a paridade de gênero política no nosso país, a fim de garantir que as mulheres possam reivindicar os seus direitos de posse de seus corpos, trabalho bem remunerado, cotas de inclusão em todos os setores e tantas outras pautas que contribuirão para todos os brasileiros, visto que um governo plural e diversificado garantirá o exercício da democracia e impedirá o perigo de uma história única incompleta. Observemos que, no México, o Congresso, já com equidade de gênero, promoveu uma reforma para a participação igualitária feminina nos três poderes é isso que nosso coletivo almeja para o Brasil. Uma mudança agora, através do PL apresentado, que levará a uma inclusão cada vez maior para que, futuramente, não precisemos falar de representação em um país no qual as mulheres são maioria.”
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Jogos que estimulam o cérebro
Marcela conta que os jogos de mímica e de cartas, como truco, estão entre os que ela mais gosta. Além disso, sempre participa dos jogos de tabuleiro em casa com a família.
Com uma vontade genuína de orgulhar seus pais e mostrar sua capacidade, Marcela participou da primeira competição, venceu, conseguiu uma medalha de bronze e não parou mais.
Segundo ela, esse reconhecimento da família sobre as conquistas dos filhos, principalmente no que se refere aos estudos, é parte fundamental para que mais jovens permaneçam motivados.
“O acompanhamento da família faz toda diferença. Todo mundo tem necessidade de ser reconhecido e uma das satisfações é ter para quem mostrar suas conquistas. Após tanto esforço, isso influencia no desempenho”, explica.
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Aprendendo idiomas sozinha
A estudante também é autodidata em idiomas: fala inglês e coreano. O aprendizado de outras línguasa ocorreu de forma rápida, ainda no Ensino Fundamental.
Ela começou a estudar inglês sozinha no começo do 7º ano, em 2020, e obteve o Certificado de Cambridge C1 ao final do 8º ano. Quanto ao coreano, começou a aprender por conta própria no mesmo período, motivada pelo interesse em K-Pop.
Três dicas que ela costuma destacar para o aprendizado de idiomas são:
Assistir a séries e filmes sem legenda ou com legenda no idioma original, para treinar o ouvido e aumentar o vocabulário;
Revisar o conteúdo diariamente, mesmo que por pouco tempo, para manter contato constante com a língua – o Kpop ajudou muito nisso, por sempre ter costume de escutar;
Aproveitar os recursos oferecidos pela escola (caso o idioma seja ensinado em sala de aula, como o inglês) e buscar materiais extras online, como plataformas digitais e canais de professores no YouTube, para reforçar a prática.
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