Certamente você já ouviu por aí que “aluno” significa “sem luz” ou “sem conhecimento”. Isso se deve a um mito bastante difundido de que o termo seria composto pelo sufixo “a”, de negação, e “luno” do latim lumni, que significa luz. Portanto, sem luz. Mas a verdade é que a palavra tem outra origem.
De onde vem…
Segundo o Dicionário Houaiss, “aluno” vem do termo em latim alumnus, que significa “criança de peito, lactente, menino, aluno, discípulo”. É uma derivação do verbo alĕre, no sentido de “fazer aumentar, crescer, desenvolver, nutrir, alimentar, criar, sustentar, produzir, fortalecer etc.”.
É interessante notar que a palavra está totalmente relacionada com “educação”, que vem de educatĭo,ōnis e significa “ação de criar, de nutrir; cultura, cultivo”. Afinal, um aluno é uma pessoa que está buscando se desenvolver por meio dos estudos.
A verdadeira origem tira a conotação negativa da palavra, que nada tem a ver com “sem luz”. Ou seja, é possível usar “aluno” sem a intenção de colocar o estudante como uma pessoa passiva frente ao conhecimento.
Mas quando olhamos para a definição do dicionário, dá para entender onde esse papo começou.
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O Michaelis aponta que “aluno” quer dizer:
Pessoa que recebe instrução em um estabelecimento de ensino, como colégio, liceu, escola superior etc
Pessoa que recebe ou recebeu instrução ou educação de um mestre ou preceptor; discípulo, educando.
Indivíduo que tem poucos conhecimentos em determinada matéria; aprendiz.
Embora as primeiras definições coloquem o aluno como pessoa que recebe instrução, um sinônimo de educando, a última já o descreve como pessoa de poucos conhecimentos. É, afinal, reflexo de uma linha mais tradicional da educação.
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Vinicius Beltrão, gerente de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Educação, afirma que a maneira como a palavra é utilizada no cotidiano escolar contribui para uma lógica hierárquica. “O professor ensina, o aluno absorve. O mestre fala, o aluno escuta. O professor é o agente ativo e o aluno o passivo”, disse.
Perceba que se trata, sobretudo, da conotação que a palavra adquiriu ao longo do tempo. E quem preferir usar outras, como educando, tem toda a liberdade para isso! O que não vale é sair culpando o latim e disseminando o mito da etimologia.
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