Donald Trump e Nicolas Maduro (Montagem/InfoMoney)

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(Bloomberg) – Os Estados Unidos planejam designar um cartel de drogas venezuelano, que alegam ser liderado por Nicolás Maduro, como organização estrangeira terrorista, mesmo enquanto o presidente norte-americano Donald Trump afirmou neste domingo (16) que conversas com o governo venezuelano podem ocorrer.

A nova classificação, que entra em vigor em 24 de novembro, deve ampliar a base legal para ações mais agressivas, num momento em que os EUA reforçam sua presença militar no Caribe após meses de ataques mortais contra embarcações.

No domingo, Trump disse a jornalistas que ainda não tomou uma decisão sobre os próximos passos, mas afirmou que o governo venezuelano deseja dialogar com Washington.

“Podemos ter algumas conversas com Maduro e vamos ver no que isso resulta”, disse Trump ao deixar a Flórida rumo à Casa Branca.

A designação como organização terrorista ocorre após mais de dois meses de ataques letais contra barcos suspeitos de transportar drogas no mar do Caribe e no leste do Oceano Pacífico, que, segundo autoridades, resultaram na morte de cerca de 80 pessoas. O ataque mais recente ocorreu no sábado, de acordo com o Comando Sul dos EUA, deixando três mortos.

Além de proibir a entrada de integrantes do Cartel de los Soles nos Estados Unidos e permitir que o governo americano confisque fundos da organização, a medida anunciada neste domingo criminaliza qualquer forma de apoio ao grupo.

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“Com base na Venezuela, o Cartel de los Soles é comandado por Nicolás Maduro e outras figuras de alto escalão do regime ilegítimo que corromperam as Forças Armadas, os serviços de inteligência, o Legislativo e o Judiciário do país”, afirmou o secretário de Estado Marco Rubio em comunicado. “Nem Maduro nem seus aliados representam o governo legítimo da Venezuela.”

Os EUA já haviam classificado em fevereiro o Tren de Aragua, outro grupo venezuelano, como organização terrorista estrangeira. Washington também alega que o grupo tem ligação com ao menos uma das embarcações que foram destruídas. No entanto, a designação para o Cartel de los Soles vinha sendo evitada até agora. A nova classificação coloca o cartel no mesmo nível de organizações como Al-Qaeda e Estado Islâmico, alvos de operações financeiras e militares dos EUA no Oriente Médio durante anos como parte da chamada guerra ao terror.

Neste domingo, um grupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, chegou ao mar do Caribe. A movimentação reforça uma presença militar já ampliada pelos EUA na costa da América do Sul e alimenta especulações sobre uma possível ofensiva mais ampla contra a Venezuela.

O Departamento do Tesouro já havia classificado o cartel, em julho, como “grupo terrorista global especialmente designado”, uma medida de sanção que provoca isolamento financeiro.

“Eles provavelmente estão buscando mais formas de justificar uma ação militar, caso decidam avançar nessa direção”, disse Brian Nichols, que foi o principal diplomata do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental durante o governo Biden. “É uma designação mais política que baseada em novas informações.”

Na sexta-feira, Trump afirmou que tinha “meio que tomado uma decisão” ao ser questionado sobre os próximos passos em relação à Venezuela. “Não posso dizer qual é a decisão, mas fizemos muitos progressos para impedir que drogas entrem nos EUA”, declarou a jornalistas a bordo do Air Force One na semana passada.

© 2025 Bloomberg L.P.

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