Em sua primeira viagem como Papa, Francisco deixou claro que a proximidade do povo e a simplicidade nos carros eram exigência aos seguranças
Falecido nessa segunda-feira (21) aos 88 anos, o Papa Francisco fez história ao longo de seus 13 anos de pontificado. Com nome inspirado em São Francisco de Assis — o santo conhecido por sua vida de humildade, fraternidade e dedicação aos pobres — o Papa sempre pregou uma vida sem ostentação e com modéstia em bens materiais.
Isso ficou claro em sua primeira viagem oficial, justo no Brasil: o Papa Francisco veio e se locomoveu pelo típico engarrafamento de nossas cidades grandes a bordo de um Fiat Idea. O evento curioso foi em 2013, na ocasião da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Era o primeiro compromisso de viagem de Francisco, e o argentino fez questão de que a opulência do comboio desse lugar aos pés no chão e calor humano.
Ao invés de carros blindados e forte aparato de segurança, o Papa Francisco chegou do Galeão e atravessou o Rio em um Fiat que, a pedidos, sequer estava entre os mais baratos da fabricante no mercado. A cena surreal foi transmitida ao vivo pela TV e marcou o fim de uma era de altíssima restrição aos Papas, principalmente após a tentativa de assassinar São João Paulo II em 1981.
Segundo Marco Antônio Lage, então executivo de comunicação da marca italiana, o Vaticano procurou a Fiat do Brasil com antecedência e até o Fiat Linea foi recusado por excesso de ostentação. O Fiat Idea foi escolhido porque, além de modesto, tinha janelas amplas que abriam completamente no banco de trás, contou Lage ao Zero Hora.
Era um Idea Absolute (versão intermediária), de pouco mais que R$ 30.000. Após deixar a base aérea do Galeão, o Papa Francisco seguiu cerca de 20 km até o centro do Rio. Quando encontrou um engarrafamento, a comitiva se misturou a ônibus e carros que transitavam normalmente.
A Santa Sé encarou o momento como um sinal muito positivo de real humildade do Papa Francisco. O Governo Federal, por outro lado, se irritou com os agentes responsáveis pela escolta, entendendo que o Santo Padre foi exposto a riscos desnecessários.
Usuário fiel da Fiat
Em 2015, Francisco também circulou pelas ruas do Equador com um Idea. Além disso, sempre optava por carros da Fiat, como o 600, para seus deslocamentos pelo Vaticano e por Roma.
Até o fim de sua vida, o Papa Francisco manteve a postura de proximidade do povo, mas eventualmente cedia a pedidos específicos de seus seguranças. O Fiat Idea que marcou o início de seu pontificado segue no acervo da Stellantis em Betim (MG).
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