Você já percebeu que alguns verbos são difíceis de conjugar? Parece até que não existem na Língua Portuguesa. Esta percepção pode estar correta se estivermos falando dos verbos defectivos.
Por exemplo, como você conjugaria a palavra “demolir” na primeira pessoa do singular do presente do indicativo ? Eu “demulo” ou eu “demolo”? A verdade é que esta conjugação não existe, pois “demolir” é um verbo defectivo. Uma solução seria dizer “eu estou demolindo”.
O mesmo vale para “feder”, por exemplo. Eu “fedo” não existe, portanto você poderia dizer “eu estou fedendo”.
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O que são verbos defectivos?
Os verbos defectivos são aqueles que não têm conjugação em todas as pessoas e tempos verbais. Isso pode acontecer pelo significado, pela cacofonia ou para não confundir com outra palavra mais comum.
1. Significado
As “vozes” dos animais são um exemplo de verbos que não conjugamos em todas as pessoas devido ao significado. Afinal, se apenas cachorros latem, não faz sentido dizer “eu lato”. Por isso, só existe conjugação do verbo latir nas terceiras pessoas do singular e do plural (ele late e eles latem).
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Segundo alguns gramáticos, o mesmo vale para fenômenos meteorológicos, como “amanhecer” e “chover”, que também são impessoais e, por isso, só são conjugados na terceira pessoa.
Entretanto, pode haver flexão destas palavras no sentido figurado, como na frase “chovemos lágrimas de alegria”. Por isso, outros estudiosos discordam que os fenômenos da natureza sejam defectivos, e os classificam apenas como impessoais.
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2. Cacofonia
Outros verbos não são conjugados em todas as suas formas devido à sonoridade estranha. Mas, segundo Evanildo Bechara, professor e membro da Academia Brasileira de Letras, esse critério não é tão rígido.
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O verbo “polir”, por exemplo, soa estranho na primeira pessoa do singular no presente do indicativo (eu “pulo”), mas é aceitável na conjugação do verbo “pular”.
3. Confusão com outras palavras
Como citamos acima, o verbo “polir” pode ser confundido com outra palavra. Se alguém disser “eu pulo o carro”, pode parecer que a pessoa está saltando sobre o carro, e não o está polindo.
O mesmo vale para o verbo “falir”: as formas “eu falo” ou “eu falho” podem ser confundidas com os verbos “falar” e “falhar”, respectivamente.
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Outras implicações
Se um verbo não tem a conjugação na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, ele também não terá no presente do subjuntivo, já que essa forma deriva da conjugação da primeira pessoa do presente do indicativo.
Consequentemente, também não existe o imperativo negativo, que vem do presente do subjuntivo.
Exemplos de verbos defectivos
Abolir
Colorir
Florir
Doer
Extorquir
Precaver
Reaver
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