(Imagem: Divulgação B3)
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O Ibovespa avançava mais de 1% nesta quinta-feira, renovando máxima histórica, com blue chips como Itaú (ITUB4) e Vale (VALE3) entre os principais suportes, enquanto agentes também repercutem dados do mercado de trabalho norte-americano mais fortes do que as expectativas.
Por volta de 10h55, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,42%, a 141.027,58 pontos, tendo alcançado 141.054,93 pontos no melhor momento. Quase todas as ações do índice estavam no azul. O volume financeiro somava R$2,79 bilhões. Já às 11h23, o índice ficou abaixo do patamar de 141 mil pontos, a 140.869 pontos, mas ainda acima da máxima intradia anterior de 27 de maio, de 140.382 pontos.
Nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou a abertura de 147.000 postos de trabalho fora do setor agrícola em junho, de 144.000 empregos em maio, enquanto economistas previam 110.000 vagas. A taxa de desemprego caiu para 4,1%, contra previsão de alta para 4,3%. Em maio, a taxa ficou em 4,2%.
“Apesar da desaceleração dos números de mercado de trabalho, essa ainda parece ser gradual, mesmo com o alto nível de incerteza”, afirmaram economistas do Bradesco.
“O número de hoje traz um ‘headline’ forte, com algumas métricas subjacentes mais fracas. Para o Fed, contudo, a coletânea das informações do payroll de hoje é suficiente para mantê-lo cauteloso nos próximos meses, reforçando nossa expectativa de que os cortes de juros, se acontecerem, ocorrerão apenas no final do ano”, acrescentaram em relatório a clientes.
“A economia está forte, então as ações sobem. Isso é bom para as empresas, para o mercado de trabalho do país, para a geração de vagas”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Já para a inflação e os juros, é desfavorável, dado que os números do mercado de trabalho dos EUA tendem a elevar o consumo adverte Laatus. “E o Fed tende a ser mais cauteloso em retomar o corte dos juros”, completa o estrategista. Os rendimentos dos Treasuries e o dólar avançam.
A notícia reduziu as apostas em um corte nos juros pelo Federal Reserve neste mês. Os juros futuros norte-americanos indicavam apenas 5% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual, abaixo dos 25% antes do relatório. Mas não minou o apetite no mercado de ações.
“O payroll acima do esperado chacoalhou os mercados, que desenhavam um resultado dentro da expectativa ou mesmo que indicaria desaceleração. Talvez os próximos dados de atividade dos EUA também mostrem resiliência”, diz Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3.
Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário dos EUA, avançava 0,63%, tendo renovado recorde de pontuação antes de feriado local na sexta-feira. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano avançava a 4,339%, de 4,293% na véspera.
Destaques do dia
- ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) avançava 1,52%, com bancos como um todo com sinal positivo, fortalecendo o Ibovespa. BRADESCO PN (BBDC4)A valorizava-se 1,04% e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) subia 1,16%. BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) mostrava acréscimo de 2,23%, tendo ainda no radar anúncio de que destinará R$230 bilhões para o financiamento da safra 2025/26.
- VALE ON (VALE3) tinha variação positiva de 0,63%, tendo como pano de fundo a alta dos futuros de minério de ferro na China, com novo impulso de Pequim para conter a concorrência de preços baixos e cortar o excesso de capacidade industrial. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou a sessão do dia com alta de 2,45%, a 733 iuanes (US$102,33) a tonelada — um pico desde 16 de maio.
- PETROBRAS PN (PETR4) era negociada com elevação de 1%, apesar da fraqueza dos preços do petróleo no mercado global. O barril de Brent mostrava queda de 0,48%, a US$68,78.
- EMBRAER ON (EMBR3) subia 2,3% após divulgar na noite da véspera que entregou 61 aeronaves no segundo trimestre, sendo 19 jatos comerciais, 38 executivos e 4 de defesa. O total é 30% maior em relação ao segundo trimestre do ano passado. Analistas do BTG Pactual afirmaram que os dados ficaram acima das suas expectativas e reiteraram recomendação de compra para as ações.
- VAMOS LOCAÇÃO ON (VAMO3) valorizava-se 4,05%, em sessão de ajustes após duas quedas seguidas, período em que acumulou declínio de 5,5%. Na véspera, a ação atingiu uma mínima intradia desde meados de março.
- RAÍZEN PN (RAIZ4) caía 0,6%, entre as poucas baixas do dia, após três altas seguidas, quando somou uma alta de 3%. No último dia 27, o papel encerrou o pregão a R$1,63, mínima histórica de fechamento. Investidores continuam monitorando os movimentos da empresa, uma joint venture do grupo Cosan (CSAN3) com a Shell, para reduzir o endividamento, em um ambiente com desafios na cana-de-açúcar e com taxas de juros em patamares elevados.
Otimismo continua
A alta do Ibovespa desta quinta segue um avanço no primeiro semestre, também marcado pela maior entrada de fluxo estrangeiro para a B3. O 1S25 teve entrada de R$ 26,9 bilhões, considerando aportes em IPOs e follow-ons, melhor desempenho desde o segundo semestre de 2023 e, entre primeiros semestres, o mais robusto desde 2022, quando o saldo foi de R$ 68,75 bilhões.
A expectativa é de que o ânimo continue para o mercado brasileiro até o fim do ano, levando em conta 2 fatores que devem se materializar apenas em 2026: a expectativa por um corte de juros e, mais à frente, as eleições de 2026.
Conforme destacou Raphael “Rafi” Figueredo, estrategista de ações da XP, em relatório de estratégia, “o mercado aponta para uma janela histórica de oportunidades na Bolsa, onde setores como instituições financeiras e varejo despontam com força. Ignorar esse movimento é perder a chance de surfar a onda certa do ciclo econômico, pois o custo de permanecer superexposto na renda fixa pode ser uma armadilha que limita ganhos e potencializa o custo de oportunidade”, avalia.
A XP mantém a estimativa de valor justo do Ibovespa para 150 mil pontos para 2025, avanço de 8% frente o fechamento do primeiro semestre.
Na última semana, em relatório revisando as suas projeções para a América Latina na segunda metade de 2025, o JPMorgan manteve exposição overweight (acima da média do mercado) para o Brasil, ressaltando que o país “é uma das histórias mais interessantes nos mercados emergentes” atualmente.
O JPMorgan traça três cenários para o Ibovespa ao fim de 2025: um base, um otimista (bull) e um pessimista (bear). O cenário-base é 145 mil pontos (potencial de alta de 7% frente o fechamento de quarta), o bull é 155 mil (upside de 15%) e o bear é 130 mil pontos (queda de 4%).
Para o UBS WM, um dos principais impulsionadores da alta tem sido o renovado interesse dos investidores internacionais, à medida que os fundos globais retornam a um mercado que continua com “valuations” atraentes. Além disso, as crescentes expectativas de uma mudança de governo em 2026 impulsionaram ainda mais o sentimento.
“Os fundamentos corporativos no Brasil permanecem sólidos, abrindo caminho para uma recuperação antecipada dos lucros em 2026. A previsão de consenso agora é de um crescimento de 8,8% nos lucros do Índice MSCI Brasil no próximo ano”, avalia o UBS BB em relatório. Conforme a instituição, a perspectiva é apoiada pela demanda doméstica resiliente, gestão disciplinada de custos e um real brasileiro mais forte, o que ajuda a controlar a inflação importada e apoia as margens de lucro.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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