Um dos efeitos do boom da inteligência artificial foi a disparada da demanda por data centers em todo o mundo. Aqui no Brasil, as autoridades tentam atrair investimentos de gigantes do setor, sendo o caso do TikTok um dos mais famosos e polêmicos até agora.

A empresa chinesa quer instalar um data center em Caucaia, município localizado no Ceará. No entanto, um grupo indígena alega que a construção seria feita em suas terras e exige a interrupção imediata dos trabalhos.

Indígenas afirmam que construção viola acordo internacional

• O empreendimento, que já possui licença para construção, é orçado em cerca de R$ 55 bilhões e será realizado pela Casa dos Ventos, empresa especializada em energia eólica.
• O problema é que os Anacé reivindicam a área.
• O grupo indígena afirma que o seu direito à consulta, garantido por um acordo internacional, não foi respeitado.
• Segundo reportagem do portal Rest of World, o processo de licenciamento exige que as comunidades indígenas sejam consultadas antes de qualquer construção em suas terras.
• No entanto, as autoridades não teriam levado a questão para os Anacé porque, apesar de viverem na área desde o início de 1600, eles não têm propriedade oficial da terra.

Leia mais

• Novo data center do TikTok no Ceará tem detalhe preocupante
• TikTok já alcança 200 milhões de usuários na Europa
• De novo? Trump diz que pode estender prazo de venda do TikTok mais uma vez

Data center também levanta preocupações ambientais

Agora, os indígenas reivindicam a suspensão imediata do processo de licenciamento ambiental do data center e a anulação das licenças já concedidas. Eles afirmam que o impacto ambiental do projeto não foi devidamente avaliado.

Uma das maiores preocupações é com o consumo de água, especialmente diante do histórico de seca na região. Segundo o projeto, a estimativa de consumo diário é de 30 mil litros, número considerado muito abaixo do verificado em projetos semelhantes.

Com cerca de 1.500 famílias, a comunidade também pede que as empresas consultem os indígenas sobre planos futuros, com base em uma Convenção da Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é co-signatário. Este acordo garante o direito do grupo opinar sobre construções feitas em seu território.

Procurada pela reportagem, a Casa dos Ventos disse que o local escolhido para o data center não se sobrepõe a nenhuma terra indígena titulada e que seguiu as regras de licenciamento ambiental. O TikTok, por sua vez, não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

O post Indígenas tentam barrar construção de data center do TikTok no Brasil apareceu primeiro em Olhar Digital.