Recentemente, a capital da Noruega, Oslo, adquiriu uma frota de 300 ônibus elétricos da fabricante chinesa Yutong, como parte de um plano nacional para zerar as emissões do transporte público até 2030.
Prudentes, os noruegueses realizam testes de cibersegurança nos veículos — e tiveram descobertas preocupantes.
VEJA TAMBÉM:
- Volvo lança start-stop para caminhões que usa GPS para atuar corretamente
- O que já se sabe do avião que caiu e gerou incêndio gigante nos EUA
- McLaren usada por Senna irá a leilão e pode bater R$ 80 milhões
O risco do controle remoto em outro país
Os testes foram conduzidos pela Ruter, a autoridade de transporte público de Oslo. Os engenheiros responsáveis não encontraram falhas físicas, mas confirmaram que os veículos podiam ser acessados por servidores na China.
Segundo o consultor de cibersegurança Arild Tjomsland, a possibilidade do envio de atualizações de software diretamente da China criaria um risco de controle remoto.
Mesmo que a montadora não tenha feito nada de errado, o fato de o sistema permitir o acesso remoto significa que a Noruega não tem o controle total de seus veículos de linha pública.
Assim, um ataque hacker ou uma decisão política poderia, em tese, paralisar toda a frota de transporte público norueguesa.
A Ruter agiu rapidamente após a descoberta e retirou os chips de telefonia dos ônibus, cortando a comunicação com os servidores estrangeiros. Além disso, o governo norueguês iniciou uma revisão nacional sobre infraestruturas inteligentes controladas por empresas estrangeiras.
O ministro dos Transportes classificou o caso como um alerta sobre dependência tecnológica em equipamentos importados. Agora, os ônibus continuam em operação, mas com o controle totalmente local, sem riscos externos — aparentemente.
