Já viu algumas florzinhas nascendo entre pedras? Mas… espera aí: o certo seria florezinhas? Se essa dúvida já brotou na sua cabeça, fique tranquilo. A gente responde para você agora, com a ajuda da professora Amanda Angra, coordenadora da Área de Linguagens da Resolve Educação, da Plataforma Amplia.
Antes de sair espalhando “florzinhas” por aí, saiba que a forma considerada mais correta do ponto de vista da gramática tradicional é “florezinhas”. Isso mesmo, com “e” no meio!
“O plural das palavras cujo diminutivo é feito com o sufixo ‘zinho’ deve obedecer à seguinte regra: pôr a palavra primitiva no plural (sem o ‘s’); acrescentar o sufixo ‘zinho’ mais o ‘s’”, explica a educadora.
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Outras palavras seguem esse passo a passo, como:
papelzinho → papeizinhos (papéis + zinho + s);
animalzinho → animaizinhos (animais + zinho + s);
florzinha → florezinhas (flores + zinha + s).
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Florzinhas também florescem
A língua é viva — e algumas formas ganham espaço pelo uso. A professora Amanda conta que, “devido ao uso consagrado, é aceitável também a forma florzinhas.” Ou seja, na prática, as duas formas estão corretas. Pode usar “florezinhas” para impressionar o corretor da redação, e “florzinhas” para escrever aquela legenda fofa no Instagram.
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Essa lógica também vale para: barzinhos/barezinhos, melhorzinhos/melhorezinhos.
De onde vem a “flor”?
A palavra “flor” vem do latim “flos, floris”, que significa exatamente flor, no sentido de planta que desabrocha. No latim, era usada tanto em sentido literal (a parte colorida da planta) quanto em sentido figurado (algo belo, jovem, o auge de algo).
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Exemplos de frases com pequenas flores:
As florezinhas do campo balançavam suavemente com a brisa da manhã.
Ela colheu algumas florezinhas para enfeitar a mesa do café.
As florezinhas coloridas deram um toque especial ao jardim da avó.
Mesmo entre as pedras, algumas florzinhas insistiam em florescer.
As crianças faziam coroas com florzinhas enquanto brincavam no parque.
E se você curte florezinhas e poesia, vale conhecer o poema “Instante”, da polonesa Wisława Szymborska, com tradução da brilhante Regina Przybycien, lembrado pela professora Amanda. Olha só este trechinho:
“Caminho pela encosta de uma colina verdejante.
Grama, florezinhas na grama,
como numa gravura para crianças.
O céu nevoento já azulando.
A vista de outras colinas se amplia em silêncio.
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Como se aqui não tivesse havido cambrianos e silurianos,
rochas rosnando uma para a outra,
abismos elevados,
noites em chamas
e dias em nuvens de escuridão.
Como se por aqui não tivessem se movido as planícies
em delírios febris,
calafrios gelados.
Como se só alhures tivessem fervilhado os mares
e rompido as margens dos horizontes.
São nove e trinta, hora local.
Tudo no lugar e em assente concórdia.
No vale, um riacho pequeno como riacho pequeno.
Um caminho em forma de um caminho desde sempre para sempre.
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Um bosque simulando um bosque pelos séculos dos séculos, amém,
e no alto, pássaros em voo no papel de pássaros em voo.
Até onde a vista alcança, reina aqui o instante.
Um daqueles instantes terrenos
que se pede que durem.”
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