Você já ficou na dúvida se o plural de “mão” é “mãos”, “mães” ou até “mões”? Pois saiba que a única forma correta entre essas é “mãos”. Mas por que não segue o padrão de outros substantivos terminados em “-ão”, como botão/botões ou pão/pães?
Quem responde essa dúvida é o professor Luan de Aquino, do Colégio Rio Branco, em São Paulo: “O plural de todos os substantivos paroxítonos e de alguns oxítonos terminados em ‘-ão’, se faz ao adicionarmos um ‘-s’ à forma singular. Isso se mostra em ‘grão’/‘grãos’, ‘vão’/‘vãos’ ou ‘mão’/‘mãos’. Todos são substantivos monossílabos tônicos.”
Qual é a origem?
A palavra “mão” vem do latim “manu’” que foi se transformando com o tempo até virar o que conhecemos hoje. Segundo o educador, a mudança da letra “n” para o til é um exemplo clássico dos metaplasmos — aquelas transformações linguísticas que moldam as línguas vivas ao longo dos séculos.
Exemplos de frases com “mão” no plural:
Minhas mãos ficaram vermelhas de tanto aplaudir.
Ela segurou as mãos do irmão com carinho.
Depois da aula de pintura, saí com mãos multicoloridas.
O mágico pediu para todos colocarem as mãos sobre a mesa.
Estavam todos de mãos dadas, prontos para o protesto.
A literatura, a música e as mãos
Quer mais exemplos? O professor Luan cita quatro trechos da literatura e do repertório da música brasileira, em que é usada a palavra “mãos”. Confira!
“Um vidro de compota de laranja pesava no ar, quase se estilhaçando diante da distraída recepção de Fio Jasmim. Suas mãos abertas no ar se moviam quase paradas no gesto de recolha da oferta.”
Conceição Evaristo, em “Canção Para Ninar Menino Grande”.
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“Tire suas mãos de mim
Eu não pertenço a você
Não é me dominando assim
Que você vai me entender”
Legião Urbana, na música “Será”.
“O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.”
Carlos Drummond de Andrade, no poema “Mãos Dadas”.
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“Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.”
Lygia Fagundes Telles, em “Seminário dos Ratos”.
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